segunda-feira, 1 de junho de 2020

GARRAFAS AO MAR, DE ADRIANE GARCIA, POR CRISTINA BISPO






Quando falamos de garrafas ao mar, muitos de nós nos lembramos de cartas dentro de uma garrafa, mas não é só isso: é uma forma de pedir socorro.

O livro fala de muitas passagens de sofrimento, poemas muito bem escritos e lembrando nos dias atuais que ainda existem pessoas que seguem a tradição. No mundo cheio de maldades o jeito é viver como uma garrafa fechada jogada ao mar; a garrafa estar na água mas a água não estar na garrafa.

Cada poema escrito é um significado do que está se passando em nosso redor, "uma ave vem todos os dias bicar uma parte do nosso corpo". Isso é para lembrar que eles também existem e precisam da natureza para sobreviver, assim como nós.

A crueldade que assola nossa sociedade com violência, guerra e fome.  Adriane Garcia também revela o sofrimento e a fragilidade do nosso corpo, "ostea porosa", como a dor ganha sua dimensão.

Ela mistura um vocabulário poético, "da puta que pariu da noite diáfana", além dos assuntos poéticos, não deixa de refletir sobre nossa realidade cruel. Levo comigo uma frase: "Dizem que os ventos podem cicatrizar feridas". 


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Garrafas ao mar
Adriane Garcia
Poesia
Ed. Penalux
2018




Cristina Bispo tem 31 anos e está redescobrindo que adora ler. Faz parte do projeto Adotando leitores.

O adotando leitores é um blog para registrar as primeiras leituras e o caminho das leituras seguintes. Aqui, os leitores são iniciantes ou têm pouco contato com a literatura. O percurso é de incentivo e descoberta, com registro das impressões sobre os livros.
O Adotando leitores acredita no caminho transformador da literatura.

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