Quando falamos de
garrafas ao mar, muitos de nós nos lembramos de cartas dentro de uma garrafa,
mas não é só isso: é uma forma de pedir socorro.
O livro fala de muitas
passagens de sofrimento, poemas muito bem escritos e lembrando nos dias atuais
que ainda existem pessoas que seguem a tradição. No mundo cheio de maldades o
jeito é viver como uma garrafa fechada jogada ao mar; a garrafa estar na água
mas a água não estar na garrafa.
Cada poema escrito é um
significado do que está se passando em nosso redor, "uma ave vem todos os
dias bicar uma parte do nosso corpo". Isso é para lembrar que eles também
existem e precisam da natureza para sobreviver, assim como nós.
A crueldade que assola
nossa sociedade com violência, guerra e fome. Adriane Garcia também
revela o sofrimento e a fragilidade do nosso corpo, "ostea porosa",
como a dor ganha sua dimensão.
Ela mistura um
vocabulário poético, "da puta que pariu da noite diáfana", além dos
assuntos poéticos, não deixa de refletir sobre nossa realidade cruel. Levo
comigo uma frase: "Dizem que os ventos podem cicatrizar
feridas".
***
Garrafas ao mar
Adriane Garcia
Poesia
Ed. Penalux
2018
Cristina Bispo tem 31 anos e está redescobrindo que adora ler. Faz parte do projeto Adotando leitores.
O adotando leitores é um blog para registrar as primeiras leituras e o caminho das leituras seguintes. Aqui, os leitores são iniciantes ou têm pouco contato com a literatura. O percurso é de incentivo e descoberta, com registro das impressões sobre os livros.
O Adotando leitores acredita no caminho transformador da literatura.
muito bom meus parabens pelo o seu trabalho
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