sexta-feira, 3 de abril de 2020

1984, de George Orwell, por Amanda Vitória



  
O livro desta vez é 1984. A obra se passa em Londres em 1984, obviamente, onde tudo e todos são controlados pelo Grande Irmão. Nesse futuro, já que o livro foi escrito em 1948, o governo do grande irmão exercia um grande poder em cima da população. A população não podia expressar uma opinião diferente do Estado. As pessoas eram extremamente vigiadas, não só por câmeras ou pela teletela, uma espécie de televisão que não só passava propagandas sobre o governo como também filmava e gravava tudo o que você fazia, mas também pelos cidadãos a sua volta. Desde pequenas as pessoas eram ensinadas a vigiar e denunciar alguma irregularidade feita pelas outras em sua volta, até mesmo os seus próprios pais. E se fossem pegos simplesmente sumiam, todos os seus registros na Terra eram apagados, para que pensassem que nunca existiu. 

Nessa realidade vivia o herói do nosso livro, Winston Smith, esse que trabalhava no Ministério da Verdade, onde sua função era alterar matérias de jornais, assim mudando o passado com o interesse voltado para o partido para que todos pensassem que o Grande Irmão sempre falava a verdade e que nunca errava. Assim a população nunca questionava o partido. E em meio ao seu trabalho Winston se apaixona por Julia, uma rebelde que se dizia contra a sociedade totalitária na qual vivia.
No decorrer do livro, Winston tem que administrar as suas ideias em relação ao governo e viver seu amor com Julia.

Ao longo da leitura deu para perceber quão a realidade do livro pode ser aplicada aqui fora. Como o Winston no livro me pergunto se não estamos sendo controlados também. Se as coisas que os professores ou livros nos ensinam são realmente verdade ou foram modificadas. Percebi no livro que ao longo da história a leitura fica mais pesada, mas as ideias são mais explicadas. E isso pesou muito para mim na hora que eu fui ler. Mas claro, positivamente.

Outro ponto é como a alienação da população por meio do controle do partido é perturbadora, de como as pessoas confiam sua liberdade na mão de um governo. De como o senso de bom e ruim é facilmente perdido quando você coloca tudo da sua vida na mão de um governo. Reparei também como esse livro conta uma história, mas que por trás disso ele quer passar uma ideia, uma outra realidade talvez. De mostrar um mundo diferente. E eu sempre amei livros que passam essa perspectiva de realidade e ficção e te deixa comparar as duas.

Quando eu acabei de ler o livro e parei para refletir, eu percebi que o nosso mundo já tem alguns aspectos do livro.
Comecei a pensar no meu dia-a-dia, de como alguém pode tirar informações de mim e isso me levou a conclusão que isso é realmente fácil. Um exemplo é quando nós estamos interessados em algo e então pesquisamos e logo em seguida aparece um anúncio em alguma rede social do específico objeto que você estava procurando. Isso não é meio estranho? Qualquer pessoa pode pegar informações suas se quiser e isso me amedronta muito.
Enfim, o mundo não está tão longe disso e se não nos manifestarmos não teremos um fim muito bom.

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1984
George Orwell
Tradução: Heloisa Jahn e Alexandre Hubner
Romance
Cia das Letras

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Amanda Vitória (BH/MG) tem 17 anos e é estudante. Faz parte do projeto Adotando leitores.

O adotando leitores é um blog para registrar as primeiras leituras e o caminho das leituras seguintes. Aqui, os leitores são iniciantes ou têm pouco contato com a literatura. O percurso é de incentivo e descoberta, com registro das impressões sobre os livros.

O Adotando leitores acredita no caminho transformador da literatura.

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