Por
Cristina Bispo
Carolina
conta sua história baseada no que viveu em Canindé.
Negra, catadora
de papel e favelada, Carolina de Jesus nasceu em 14 de março de 1914 e faleceu
em 1977, em fevereiro, por insuficiência respiratória.
Uma
mulher de garra, nunca quis se casar. Criou seus três filhos, teve uma infância
maltratada, cresceu com a ideia de ser escritora e poeta.
Com tantas
dificuldades que passava na favela, Carolina nunca deixava de dar alimentos
para os seus filhos e jamais abaixava sua cabeça diante dos problemas e dificuldades
que vivia.
Por ser
negra e mãe solteira, sofria muitos insultos e preconceito, coisas comuns nos
dias de hoje. Apesar disso tudo, não
parava de escrever, sempre que saía para catar papel, Carolina via algo
diferente e logo ao chegar em casa escrevia, onde, na sua imaginação, pensava
em publicar assim que tivesse oportunidade.
Quando um
jornalista curioso conhece Carolina, logo a enche de esperança, quando pede
para ler seu diário. Ao publicar suas histórias no jornal, Carolina logo se vê
saindo da favela. As pessoas da favela não gostavam do que liam, pois suas
vidas estavam sendo contadas. Elas xingavam Carolina por escrever o que se
passava na favela.
Quando
Carolina fica famosa, ela vai morar em um bairro chique da cidade. Lá também
ela passou por preconceito por ser negra e ter morado na favela.
Cansada
de tudo, Carolina decide comprar um sítio, para onde se muda imediatamente. Lá
consegue um pouco de paz e segurança para os seus filhos. Lá pode ler, escrever,
plantar e colher. Era isso o que queria Carolina. No sítio, viveu até o fim dos
seus dias.
Como
disse Carolina: “A vida é igual a um livro. Só depois de ter lido é que sabemos
o que encerra.
E nós
quando estamos no fim da vida é que sabemos como nossa vida decorreu.
***
Carolina
Sirlene Barbosa e João Pinheiro Silva
HQ
Editora Veneta
***
O adotando leitores é um blog para registrar as primeiras leituras e o caminho das leituras seguintes. Aqui, os leitores são iniciantes ou têm pouco contato com a literatura. O percurso é de incentivo e descoberta, com registro das impressões sobre os livros.
O Adotando leitores acredita no caminho transformador da literatura.
Viva Carolina de Jesus. Estou lendo Quarto de Despejo, sensibilizada com sua escrita sensível. Que mulher incrível, lutadora, inteligente.
ResponderExcluirSim, Fátima. Maravilhosa, um exemplo. E uma lição para este país que não valoriza suas cidadãs e seus cidadãos.
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