quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Torto Arado, por Amanda Vitória

 




Escrito por Itamar Vieira Junior e publicado em 2019, Torto Arado conta a história emocionante de duas irmãs que viviam no sertão da Bahia e, quando crianças, ao brincarem com uma faca, uma delas teve a língua cortada. A partir daí as duas se completavam, uma sendo a voz da outra.

Com o passar dos anos, as duas irmãs se distanciam e escolhem caminhos diferentes. Uma escolhe o serviço na fazenda e os encantamentos do pai, o curandeiro de corpo e espírito Zeca Chapéu Grande. Já a outra irmã decide lutar pelo direito à terra e pela emancipação dos trabalhadores rurais. Em um primeiro instante não fiquei muito interessada no livro, mas conforme o lia fiquei mais e mais interessada.

No começo a história tem um toque de mistério que te deixa inquieto e curioso. Você não sabe qual irmã é qual e a relação entre elas é tão bonita que você sente através das palavras. No livro também tem um pouco de romance e ação, mas é tudo muito bem distribuído o que deixa a leitura fácil de ler e viciante. No livro também podemos ver temas como racismo, resistência à escravidão e religião. Uma coisa que aprendemos muito é sobre a religião que ali se encontra, o Jarê. Me encantei com o Jarê, é muito bonito como é representada e é uma cultura totalmente diferente. Como são descritos os encantados e como eles cultuam essa religião é inspirador.

Torto Arado é simplesmente maravilhoso e difícil de ser descrito de tão bom que é. Recomendo totalmente, um livro que te ensina sobre uma nova cultura, te abre os olhos para falta de igualdade e te fazer refletir.



Amanda Vitória (BH/MG) tem 17 anos e é estudante. Faz parte do projeto Adotando leitores.

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

O conto da aia, por Amanda Vitória




 

Por Amanda Vitória



Escrito em 1984, por Margaret atwood e publicado em 1985, O conto de aia foi um dos livros mais vendidos em diversos países. O livro conta que os Estados Unidos foram transformados em um Estado religioso e totalitário. Em meio ao caos que se instalava no mundo com direito a desmatamento, poluição, radiação, doenças sexualmente transmissíveis, entre outros, um grupo de jovens religiosos aplica um golpe e funda um estado totalitário.


Nesse estado as mulheres, homossexuais e minorias seriam perseguidos e caçados por não seguir as ideias empregadas. Por causa dos acontecimentos em relação ao meio ambiente as mulheres começaram a ficar inférteis e a fertilidade se tornou raridade. Assim, as mulheres foram oprimidas e perderam todos os seus direitos, sua liberdade e identidade tornando-se um objeto, propriedade do estado. As mulheres foram desumanizadas e divididas em classes. Elas são: as esposas, que são as donas de casa, companheira do homem. As martas, as empregadas das esposas e as aias que são as mulheres férteis, nelas são feitas uma lavagem cerebral e assim rebaixadas apenas à procriação. No livro acompanhamos a história de Offred uma aia que é levada para a casa de um enigmático comandante do alto escalão do exército e sua esposa. Descobrimos no início do livro que Offred tinha uma vida normal, um marido e uma filha. Depois dos acontecimentos do estado, a filha foi encaminhada para um orfanato e Offred não sabe onde está localizado o marido. Deste de então Offred se agarra a esperança de encontrar-lhes o paradeiro.

 

O conto da aia é um livro realmente impactante. Não é para qualquer um lê-lo, em vários momentos tive que parar de ler para refletir ou dar um tempo do livro por ser uma leitura que, muitas vezes, te traz uma sensação ruim. Um ponto forte da obra é a narrativa, que em muitos momentos era interrompida por lembranças de offred, passados distantes ou até mesmo possíveis futuros. Para mim esse foi um ponto difícil porque sempre que esses flashbacks eram mostrados nenhum aviso era dado ou uma introdução era feita para receber aquelas lembranças, mas claro isso só ressalta que a leitura tem que ser com muita atenção, se não a sua linha de pensamento vai ficar muito confusa.


E por isso, durante a minha leitura eu tive que, em vários ocasiões, voltar algumas páginas ou parágrafos para entender o que realmente estava lendo. Outro ponto que na minha experiência foi muito ruim foi o desenvolvimento em relação à narrativa. A narrativa foi arrastada e cansativa para mim e isso me deixou muito desanimada no começo, mas o enredo parecia tão bom que eu me esforcei a ler e no fim valeu a pena.


Esse livro foi sem dúvida o mais chocante que eu já li, você realmente se vê em desespero pela situação da personagem. O sentimento de impotência é forte e eu não sinto que tenha saída para aquelas mulheres. Durante vários momentos na narrativa você se sente angustiada e sem esperança. Em um determinado momento do livro a escritora lhe passa um pouco de esperança para aquela situação, uma luz no fim do túnel. No final, o que me deixou mais sensível no livro foi como o direito da mulher é frágil e como isso reflete no mundo atual e que temos que lutar por esses direitos todos os dias.

 

Enfim, várias coisas do livro são muito semelhantes ao nosso passado e presente e se deixarmos será parte do nosso futuro. E esse é o ponto: nós deixaremos? Porque o ser humano é imprevisível e situações parecidas já aconteceram antes, então o que impede de acontecer futuramente?

 

Se você quer refletir e desconstruir o pensamento ingênuo de que a humanidade é justa esse é o livro certo.

 

Um livro sensacional e impressionante que precisa de muita atenção e foco mas que no final vale muito a pena.


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Amanda Vitória (BH/MG) tem 17 anos e é estudante. Faz parte do projeto Adotando leitores.


terça-feira, 16 de junho de 2020

Carolina, de Sirlene Barbosa e João Pinheiro da Silva



Por Cristina Bispo


Carolina conta sua história baseada no que viveu em Canindé.

Negra, catadora de papel e favelada, Carolina de Jesus nasceu em 14 de março de 1914 e faleceu em 1977, em fevereiro, por insuficiência respiratória. 

Uma mulher de garra, nunca quis se casar. Criou seus três filhos, teve uma infância maltratada, cresceu com a ideia de ser escritora e poeta.

Com tantas dificuldades que passava na favela, Carolina nunca deixava de dar alimentos para os seus filhos e jamais abaixava sua cabeça diante dos problemas e dificuldades que vivia.

Por ser negra e mãe solteira, sofria muitos insultos e preconceito, coisas comuns nos dias de hoje.  Apesar disso tudo, não parava de escrever, sempre que saía para catar papel, Carolina via algo diferente e logo ao chegar em casa escrevia, onde, na sua imaginação, pensava em publicar assim que tivesse oportunidade.

Quando um jornalista curioso conhece Carolina, logo a enche de esperança, quando pede para ler seu diário. Ao publicar suas histórias no jornal, Carolina logo se vê saindo da favela. As pessoas da favela não gostavam do que liam, pois suas vidas estavam sendo contadas. Elas xingavam Carolina por escrever o que se passava na favela.

Quando Carolina fica famosa, ela vai morar em um bairro chique da cidade. Lá também ela passou por preconceito por ser negra e ter morado na favela.

Cansada de tudo, Carolina decide comprar um sítio, para onde se muda imediatamente. Lá consegue um pouco de paz e segurança para os seus filhos. Lá pode ler, escrever, plantar e colher. Era isso o que queria Carolina. No sítio, viveu até o fim dos seus dias.

Como disse Carolina: “A vida é igual a um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra.

E nós quando estamos no fim da vida é que sabemos como nossa vida decorreu.


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Carolina
Sirlene Barbosa e João Pinheiro Silva
HQ
Editora Veneta

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 Cristina Bispo tem 31 anos e está redescobrindo que adora ler. Faz parte do projeto Adotando leitores.


O adotando leitores é um blog para registrar as primeiras leituras e o caminho das leituras seguintes. Aqui, os leitores são iniciantes ou têm pouco contato com a literatura. O percurso é de incentivo e descoberta, com registro das impressões sobre os livros.
O Adotando leitores acredita no caminho transformador da literatura.




segunda-feira, 15 de junho de 2020

Pato Magro e pato gordo, de Mary França e Eliardo Franca, por Emilly Santos

Desta vez, nossa leitora linda e animada nos trouxe sua leitura em desenho do livro Pato magro e pato gordo.


Como toda essa coleção, este livro também é alegre, colorido e brinca com os contrastes. 










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O jogo e a bola
Mary França e Eliardo Franca
Infantil
Ática


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Emilly Santos tem 03 anos. Faz parte do projeto Adotando leitores.
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segunda-feira, 1 de junho de 2020

GARRAFAS AO MAR, DE ADRIANE GARCIA, POR CRISTINA BISPO






Quando falamos de garrafas ao mar, muitos de nós nos lembramos de cartas dentro de uma garrafa, mas não é só isso: é uma forma de pedir socorro.

O livro fala de muitas passagens de sofrimento, poemas muito bem escritos e lembrando nos dias atuais que ainda existem pessoas que seguem a tradição. No mundo cheio de maldades o jeito é viver como uma garrafa fechada jogada ao mar; a garrafa estar na água mas a água não estar na garrafa.

Cada poema escrito é um significado do que está se passando em nosso redor, "uma ave vem todos os dias bicar uma parte do nosso corpo". Isso é para lembrar que eles também existem e precisam da natureza para sobreviver, assim como nós.

A crueldade que assola nossa sociedade com violência, guerra e fome.  Adriane Garcia também revela o sofrimento e a fragilidade do nosso corpo, "ostea porosa", como a dor ganha sua dimensão.

Ela mistura um vocabulário poético, "da puta que pariu da noite diáfana", além dos assuntos poéticos, não deixa de refletir sobre nossa realidade cruel. Levo comigo uma frase: "Dizem que os ventos podem cicatrizar feridas". 


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Garrafas ao mar
Adriane Garcia
Poesia
Ed. Penalux
2018




Cristina Bispo tem 31 anos e está redescobrindo que adora ler. Faz parte do projeto Adotando leitores.

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sexta-feira, 24 de abril de 2020

Um exu em Nova York, de Cidinha da Silva, por Cristina Bispo






Exu, bom falar sobre esse orixá. Esse é o primeiro livro que leio sobre essa religião, gostei de saber um pouco sobre ele, um tipo de linguagem que atua como mensageiro entre os seres humanos e as divindades, dentre outras muitas atribuições.

A Cidinha, ao falar sobre os orixás, quer transmitir nova forma de comunicar entre eles, pois o Exu é só um andarilho, mensageiro, mas também um comunicador afeito à política.

Exu anda com as palavras, nas palavras e pelas palavras; além disso, Exu é alegre e conhece as dores e as tristezas que nos cercam.

Os contos falam do racismo e seus efeitos, enquanto revelam os sonhos, a tristeza, a dor, a falta de alegria, a alma de personagens que se aproximam da gente. O orixá reflete a conexão do divino com o terreno, por entender as aflições e desejos humanos, além de simbolizar a comunicação, a transformação, os caminhos e as escolhas e desafios de cada um frente às encruzilhadas da vida.

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Um exu em Nova York
Cidinha da Silva
Contos
Pallas
2019

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Cristina Bispo tem 31 anos e está redescobrindo que adora ler. Faz parte do projeto Adotando leitores.

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sexta-feira, 17 de abril de 2020

O jogo e a bola, de Mary França e Eliardo Franca, por Emilly Santos







Desta vez, nossa leitora fofíssima nos trouxe sua leitura em desenho do livro O jogo e a bola. 

Esse livro é divertidíssimo, alegre, colorido e traz uma surpresa deliciosa no final. 






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O jogo e a bola
Mary França e Eliardo Franca
Infantil
Ática


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Emilly Santos tem 03 anos. Faz parte do projeto Adotando leitores.
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