terça-feira, 16 de junho de 2020

Carolina, de Sirlene Barbosa e João Pinheiro da Silva



Por Cristina Bispo


Carolina conta sua história baseada no que viveu em Canindé.

Negra, catadora de papel e favelada, Carolina de Jesus nasceu em 14 de março de 1914 e faleceu em 1977, em fevereiro, por insuficiência respiratória. 

Uma mulher de garra, nunca quis se casar. Criou seus três filhos, teve uma infância maltratada, cresceu com a ideia de ser escritora e poeta.

Com tantas dificuldades que passava na favela, Carolina nunca deixava de dar alimentos para os seus filhos e jamais abaixava sua cabeça diante dos problemas e dificuldades que vivia.

Por ser negra e mãe solteira, sofria muitos insultos e preconceito, coisas comuns nos dias de hoje.  Apesar disso tudo, não parava de escrever, sempre que saía para catar papel, Carolina via algo diferente e logo ao chegar em casa escrevia, onde, na sua imaginação, pensava em publicar assim que tivesse oportunidade.

Quando um jornalista curioso conhece Carolina, logo a enche de esperança, quando pede para ler seu diário. Ao publicar suas histórias no jornal, Carolina logo se vê saindo da favela. As pessoas da favela não gostavam do que liam, pois suas vidas estavam sendo contadas. Elas xingavam Carolina por escrever o que se passava na favela.

Quando Carolina fica famosa, ela vai morar em um bairro chique da cidade. Lá também ela passou por preconceito por ser negra e ter morado na favela.

Cansada de tudo, Carolina decide comprar um sítio, para onde se muda imediatamente. Lá consegue um pouco de paz e segurança para os seus filhos. Lá pode ler, escrever, plantar e colher. Era isso o que queria Carolina. No sítio, viveu até o fim dos seus dias.

Como disse Carolina: “A vida é igual a um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra.

E nós quando estamos no fim da vida é que sabemos como nossa vida decorreu.


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Carolina
Sirlene Barbosa e João Pinheiro Silva
HQ
Editora Veneta

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 Cristina Bispo tem 31 anos e está redescobrindo que adora ler. Faz parte do projeto Adotando leitores.


O adotando leitores é um blog para registrar as primeiras leituras e o caminho das leituras seguintes. Aqui, os leitores são iniciantes ou têm pouco contato com a literatura. O percurso é de incentivo e descoberta, com registro das impressões sobre os livros.
O Adotando leitores acredita no caminho transformador da literatura.




segunda-feira, 15 de junho de 2020

Pato Magro e pato gordo, de Mary França e Eliardo Franca, por Emilly Santos

Desta vez, nossa leitora linda e animada nos trouxe sua leitura em desenho do livro Pato magro e pato gordo.


Como toda essa coleção, este livro também é alegre, colorido e brinca com os contrastes. 










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O jogo e a bola
Mary França e Eliardo Franca
Infantil
Ática


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Emilly Santos tem 03 anos. Faz parte do projeto Adotando leitores.
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segunda-feira, 1 de junho de 2020

GARRAFAS AO MAR, DE ADRIANE GARCIA, POR CRISTINA BISPO






Quando falamos de garrafas ao mar, muitos de nós nos lembramos de cartas dentro de uma garrafa, mas não é só isso: é uma forma de pedir socorro.

O livro fala de muitas passagens de sofrimento, poemas muito bem escritos e lembrando nos dias atuais que ainda existem pessoas que seguem a tradição. No mundo cheio de maldades o jeito é viver como uma garrafa fechada jogada ao mar; a garrafa estar na água mas a água não estar na garrafa.

Cada poema escrito é um significado do que está se passando em nosso redor, "uma ave vem todos os dias bicar uma parte do nosso corpo". Isso é para lembrar que eles também existem e precisam da natureza para sobreviver, assim como nós.

A crueldade que assola nossa sociedade com violência, guerra e fome.  Adriane Garcia também revela o sofrimento e a fragilidade do nosso corpo, "ostea porosa", como a dor ganha sua dimensão.

Ela mistura um vocabulário poético, "da puta que pariu da noite diáfana", além dos assuntos poéticos, não deixa de refletir sobre nossa realidade cruel. Levo comigo uma frase: "Dizem que os ventos podem cicatrizar feridas". 


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Garrafas ao mar
Adriane Garcia
Poesia
Ed. Penalux
2018




Cristina Bispo tem 31 anos e está redescobrindo que adora ler. Faz parte do projeto Adotando leitores.

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sexta-feira, 24 de abril de 2020

Um exu em Nova York, de Cidinha da Silva, por Cristina Bispo






Exu, bom falar sobre esse orixá. Esse é o primeiro livro que leio sobre essa religião, gostei de saber um pouco sobre ele, um tipo de linguagem que atua como mensageiro entre os seres humanos e as divindades, dentre outras muitas atribuições.

A Cidinha, ao falar sobre os orixás, quer transmitir nova forma de comunicar entre eles, pois o Exu é só um andarilho, mensageiro, mas também um comunicador afeito à política.

Exu anda com as palavras, nas palavras e pelas palavras; além disso, Exu é alegre e conhece as dores e as tristezas que nos cercam.

Os contos falam do racismo e seus efeitos, enquanto revelam os sonhos, a tristeza, a dor, a falta de alegria, a alma de personagens que se aproximam da gente. O orixá reflete a conexão do divino com o terreno, por entender as aflições e desejos humanos, além de simbolizar a comunicação, a transformação, os caminhos e as escolhas e desafios de cada um frente às encruzilhadas da vida.

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Um exu em Nova York
Cidinha da Silva
Contos
Pallas
2019

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Cristina Bispo tem 31 anos e está redescobrindo que adora ler. Faz parte do projeto Adotando leitores.

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sexta-feira, 17 de abril de 2020

O jogo e a bola, de Mary França e Eliardo Franca, por Emilly Santos







Desta vez, nossa leitora fofíssima nos trouxe sua leitura em desenho do livro O jogo e a bola. 

Esse livro é divertidíssimo, alegre, colorido e traz uma surpresa deliciosa no final. 






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O jogo e a bola
Mary França e Eliardo Franca
Infantil
Ática


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Emilly Santos tem 03 anos. Faz parte do projeto Adotando leitores.
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terça-feira, 14 de abril de 2020

Carta à Rainha Louca, de Maria Valéria Rezende, por Cristina Bispo





Uma história contada por Maria Valéria Rezende. Muito triste escrever uma carta falando sobre o acontecimento de duas mulheres sofridas, que lutam por justiça.

Por sua desobediência, encarceraram ela no alto da colina, por escrever sua carta, ela conta o que sofria por injustiça, não podendo sequer defender-se e jamais clamar por justiça. Mesmo com sua folha rasurada não parava nem um só minuto de escrever.

Esse livro fala de uma linguagem muito antiga, um período obscuro de uma mulher branca e pobre, nem sinhá nem escrava, para quem não havia lugar.

A escritora demonstra a carga de preconceito existente e machismo em um período histórico.

Muito me chama atenção a leveza nas palavras e os cuidados para não falar o que realmente queria, pois ela estaria escrevendo para a Rainha e tinha que tomar muito cuidado pelo que estaria escrevendo.

Ele é tão confiante em si mesma que para garantir que a carta chegaria à Rainha Louca, ela então disse: Vou com ele; em vossas próprias mãos entregarei esta carta e então sabereis de toda a minha história que é também a vossa.

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Carta à Rainha Louca
Maria Valéria Rezende
Romance 
Cia das Letras
2019

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Cristina Bispo tem 31 anos e está redescobrindo que adora ler. Faz parte do projeto Adotando leitores.

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Obs.: os textos são revisados tentando manter ao máximo a expressão da leitora. Texto original na imagem.



sexta-feira, 3 de abril de 2020

1984, de George Orwell, por Amanda Vitória



  
O livro desta vez é 1984. A obra se passa em Londres em 1984, obviamente, onde tudo e todos são controlados pelo Grande Irmão. Nesse futuro, já que o livro foi escrito em 1948, o governo do grande irmão exercia um grande poder em cima da população. A população não podia expressar uma opinião diferente do Estado. As pessoas eram extremamente vigiadas, não só por câmeras ou pela teletela, uma espécie de televisão que não só passava propagandas sobre o governo como também filmava e gravava tudo o que você fazia, mas também pelos cidadãos a sua volta. Desde pequenas as pessoas eram ensinadas a vigiar e denunciar alguma irregularidade feita pelas outras em sua volta, até mesmo os seus próprios pais. E se fossem pegos simplesmente sumiam, todos os seus registros na Terra eram apagados, para que pensassem que nunca existiu. 

Nessa realidade vivia o herói do nosso livro, Winston Smith, esse que trabalhava no Ministério da Verdade, onde sua função era alterar matérias de jornais, assim mudando o passado com o interesse voltado para o partido para que todos pensassem que o Grande Irmão sempre falava a verdade e que nunca errava. Assim a população nunca questionava o partido. E em meio ao seu trabalho Winston se apaixona por Julia, uma rebelde que se dizia contra a sociedade totalitária na qual vivia.
No decorrer do livro, Winston tem que administrar as suas ideias em relação ao governo e viver seu amor com Julia.

Ao longo da leitura deu para perceber quão a realidade do livro pode ser aplicada aqui fora. Como o Winston no livro me pergunto se não estamos sendo controlados também. Se as coisas que os professores ou livros nos ensinam são realmente verdade ou foram modificadas. Percebi no livro que ao longo da história a leitura fica mais pesada, mas as ideias são mais explicadas. E isso pesou muito para mim na hora que eu fui ler. Mas claro, positivamente.

Outro ponto é como a alienação da população por meio do controle do partido é perturbadora, de como as pessoas confiam sua liberdade na mão de um governo. De como o senso de bom e ruim é facilmente perdido quando você coloca tudo da sua vida na mão de um governo. Reparei também como esse livro conta uma história, mas que por trás disso ele quer passar uma ideia, uma outra realidade talvez. De mostrar um mundo diferente. E eu sempre amei livros que passam essa perspectiva de realidade e ficção e te deixa comparar as duas.

Quando eu acabei de ler o livro e parei para refletir, eu percebi que o nosso mundo já tem alguns aspectos do livro.
Comecei a pensar no meu dia-a-dia, de como alguém pode tirar informações de mim e isso me levou a conclusão que isso é realmente fácil. Um exemplo é quando nós estamos interessados em algo e então pesquisamos e logo em seguida aparece um anúncio em alguma rede social do específico objeto que você estava procurando. Isso não é meio estranho? Qualquer pessoa pode pegar informações suas se quiser e isso me amedronta muito.
Enfim, o mundo não está tão longe disso e se não nos manifestarmos não teremos um fim muito bom.

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1984
George Orwell
Tradução: Heloisa Jahn e Alexandre Hubner
Romance
Cia das Letras

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Amanda Vitória (BH/MG) tem 17 anos e é estudante. Faz parte do projeto Adotando leitores.

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